
O problema? Muitos líderes acham que podem sobreviver agarrados às “melhores práticas” dos anos 90. Não podem. E aqueles que insistem vão juntar-se a uma longa lista de nomes que já ninguém lembra.
Um exemplo prático nacional: A Sword Health
desenvolveu uma solução de IA que poderia revolucionar as chamadas de emergência em Portugal, processando até 100 mil pedidos simultâneos sem filas de espera. Salvar vidas, cortar burocracias, reduzir stress. Parece impossível de falhar, certo? Errado. Porque as lideranças que ainda vivem nos ‘anos dourados’ de longos pareceres e hierarquias imobilizadoras adiaram a decisão. Dois meses depois, mais de 10 vidas perdidas e uma solução ainda por implementar. Este é o custo real da procrastinação.
Agora compara isto com o que plataformas como Shein e Temu estão a fazer. Em apenas cinco anos, estas empresas não só duplicaram a sua presença em mercados como Portugal, mas também reescreveram as regras do jogo. Durante o último Natal, mais de 60% dos pacotes entregues em Portugal vieram de plataformas como estas. Não foi magia – foi agilidade. Enquanto retalhistas tradicionais estão ocupados a ‘redefinir objetivos estratégicos para 2030’, estas empresas já estão em casa do consumidor. Agilidade brutal. Não pediram permissão; não hesitaram. Fizeram.
A verdade é esta: ou te adaptas ou vais desaparecer.
Deixa os PowerPoints. Liderança Aprende-se no Campo de Batalha
Liderar hoje aprende-se cada vez menos nos livros ou seminários TEDx com frases inspiradoras. Aprende-se onde há falhas, stress, e decisões difíceis. E aqui está o segredo que ninguém quer admitir: líderes que prosperam não têm todas as respostas, mas estão dispostos a aprender da maneira mais dura, se possível em contextos que possam ser seguros.
É aqui que experiências imersivas entram em jogo. No nosso “Defusing V-Bombs”, colocamos líderes em cenários de alta pressão onde têm de desarmar bombas virtuais enquanto a comunicação da equipa se desintegra sob pressão. Eles gritam, falham, riem, e – eventualmente – aprendem. Meses depois, quase todos os participantes relatam melhorias notáveis na forma como trabalham em equipa. Melhor comunicação, menos bullshit corporativo, e líderes mais preparados para enfrentar o caos.
Outro exemplo? Muitas vezes levamos equipas a liderar um restaurante do chefe Chakall, com clientes reais. O que começa como caos absoluto e um frio enorme na barriga (ninguém sabe como gerir pedidos ou manter a cozinha funcional) transforma-se numa aula prática de liderança, gestão de expectativas, foco no cliente. No final do dia, a lição é sempre a mesma: os líderes mais eficazes sabem quando ouvir, quando delegar e quando arregaçar as mangas e lavar pratos. A diferença é que nestes cenários eles sentem-na na pele.
O Futuro Pertence a Quem Faz Perguntas Difíceis
Nos tempos que correm se não estás disposto a arriscar, estás fora do jogo. E, para ser claro, não é apenas sobre objetivos grandes e audaciosos [BHAGs como Jim Collins lhes chama]. É sobre os pequenos momentos em que decides mudar de rumo assumindo o risco, reconhecer que erraste e começar de novo.
James Dyson falhou 5.126 vezes antes de criar o aspirador que o tornou bilionário. Esses “fracassos” foram pequenas iterações, decisões de abandonar o que não funcionava. Os nossos líderes precisam de adotar a mesma mentalidade – aprender, iterar, ajustar para que as empresas portuguesas, sobretudo as mais maduras, históricas ou estatais, possam ser “future-ready”.
E é por isso que insistimos em métodos como Alternate Reality Games (ARG). Num dos nossos jogos em Sintra, pedimos a uma equipa que abandonasse os seus planos e improvisasse um novo caminho. Durante o processo, compreenderam que pedir ajuda era mais eficiente do que insistir em encontrar todas as respostas sozinhos, mas primeiro passaram 30 minutos em frustração e queixa. Parece simples… mas é para quem vê de fora porque quando é sobre ti é mais difícil, certo? Agora pergunta-te: quantos líderes conheces que realmente têm coragem de admitir que não sabem tudo e que genuinamente procuram melhorar?
Liderar é Sujar as Mãos
Se há uma coisa que aprendi, é que a liderança real não é limpa. Não é sobre títulos ou políticas de empresa polidas. É sobre estar na linha da frente, enfrentar o stress e sair do outro lado mais forte – mesmo que isso signifique falhar cinco vezes antes de acertar.
Portanto, deixo-te com esta pergunta: queres liderar no futuro ou ser apenas mais um nome na lista de “já foi”? Se a tua resposta é a primeira, a solução não está num curso online ou num retiro corporativo com slides motivacionais. Está em experiências que testam os teus limites e te obrigam a crescer.
A Immersis pode levar-te lá. Mas aviso-te já: não vai ser fácil. Vai ser desconfortável, poderás até sentir que será uma lavagem cerebral. Mas vai funcionar.