Aprender é uma das atividades mais importantes e fundamentais do ser humano. Desde crianças até adultos, estamos constantemente a aprender e a evoluir. No entanto, quando se trata de aprendizagem no contexto corporativo, nem sempre é fácil. O sistema de ensino muitas vezes não acompanha a velocidade das mudanças no mundo empresarial, e muitas vezes a tecnologia força-nos a aprender de forma diferente. Além disso, as profissões e áreas de atuação estão cada vez mais holísticas, o que torna a aprendizagem no local de trabalho ainda mais relevante… e distante do currículo escolar atual. Basta pensar em quanto do nosso dia-a-dia realmente aprendemos em contexto de ensino antes do nosso primeiro trabalho. Pois é… Pouco, muito pouco.
Embora a aprendizagem seja essencial, manter um mindset de “lifelong learning” pode ser desafiador, especialmente quando se tem que entregar resultados desejados. Mas recentemente temos desafiado as empresas a adotar uma abordagem diferente: usar experiências da vida real para proporcionar aprendizagem relevante e significativa aos seus colaboradores.
A ideia por trás dessa abordagem é que as experiências da vida real têm muitas semelhanças com as experiências do trabalho. Por exemplo, um casamento é uma celebração de união entre duas pessoas, e uma fusão entre duas empresas é uma celebração de união entre duas organizações. Ao criar uma experiência semelhante as pessoas reconhecem o que é esperado delas e como se comportar nessa situação. Isso torna a transferência de aprendizagem muito mais fácil. Imaginemos uma “fusão” entre 2 empresas.
Pensemos em dois CEOs a proclamar votos, na cerimónia, no copo de água, na festa, na partilha e no conhecimento da outra família… Sabem como se comportar na vida real neste momento? É comportar-se da mesma forma em relação a esta união corporativa.
Quando começámos a pensar nisto, verificámos que há inúmeras possibilidades concretas de como as empresas podem utilizar essas experiências para proporcionar aprendizagem relevante e significativa aos seus colaboradores. Por exemplo, podem criar programas de mentoring e coaching em salões de cabeleireiro, onde os colaboradores aprendem a lidar com clientes difíceis, ou usar viagens de negócios como oportunidades para ensinar aos colaboradores habilidades interculturais. Aprender um novo hobbie para fazer o paralelismo da aprendizagem de uma nova missão. Imagine um “town hall” transformado numa animada reunião de condomínio, com os colaboradores a debaterem sobre as questões da empresa como se estivessem a discutir a cor das paredes do prédio!
Essas são apenas algumas ideias, mas o verdadeiro insight aqui é que há um potencial enorme na utilização de experiências da vida real para proporcionar aprendizagem relevante e significativa aos colaboradores. Podemos mesmo criar uma cultura de aprendizagem no local de trabalho e torná-la uma parte integrante da nossa rotina diária, recorrendo a artefactos da cultura organizacional, projetando-os para eventos da vida real através de experiências e retirando os benefícios imediatos. Esta é uma das nossas crenças.
No final do dia, a aprendizagem é uma jornada constante e individual. Cada um de nós deve assumir a responsabilidade pelo nosso próprio desenvolvimento, mas as empresas têm um papel importante a desempenhar na criação de uma cultura de aprendizagem no local de trabalho.