O impacto das experiências imersivas no desenvolvimento dos seus colaboradores

Notícias, Tendências
12/03/2018

Fui marcado!

A cada ‘soluço’ provocado pelo motorista, havia olhares cruzados de desconforto com o que poderia acontecer, se no meio da serra o autocarro nos deixasse num local diferente do que todos esperávamos. Até que parou mesmo e para piorar as coisas o motorista foi lá fora ver o que se passava e nunca mais apareceu, ficando a equipa entregue à sua sorte, procurando pistas para sair deste imprevisto. Devo partilhar que eu próprio estava com alguma ansiedade antes desta ação, mas sem dúvida, foi das que mais ficou marcada na memória de cada um!”[/blockquote]

O Pedro relata, como se fosse hoje, as peripécias dum Mini-ARG (Alternate Reality Game) que aconteceu há seis anos e que ficou marcado na sua memória. O mesmo acontece com os elementos que faziam parte da sua equipa nessa altura. Este é, sem dúvida, o impacto mais forte das experiências imersivas!

A forma mais eficaz que encontrámos até hoje para explicar o que é uma experiência imersiva é esta: lembra-se do filme “The Game”? Agora imagine que encarna o papel do Michael Douglas e vive uma experiência que marca a sua vida, que muda a sua forma de pensar e os seus comportamentos. É isso.

De facto, esta foi a inspiração original do projeto Immersis, que nasceu em 2010 e veio popularizar o termo “imersivo” em Portugal. Este ano, no relançamento da marca, decidimos fazer a justa homenagem ao filme que mudou a forma como olhamos para o desenvolvimento pessoal de alto impacto, apoiado em ferramentas experienciais.

São muitas as organizações que, atualmente, procuram soluções para conseguirem realizar projetos, eventos ou apenas dinâmicas, que tenham em vista o desenvolvimento dos seus colaboradores e que sejam diferenciadoras no seu formato e no seu impacto. Soluções que promovam a reflexão, a sua forma de pensar e até o seu comportamento. Soluções impactantes que marquem as pessoas.

Efetivamente, quando confrontadas com este tipo de necessidades, muitas organizações optam apenas por desenhos mais “tradicionais” e depois, simplesmente, aguardam pela mudança comportamental dos colaboradores. Contudo, a maioria nem se terá apercebido que ficou por preencher um “espaço vazio”, algures entre a transmissão de conteúdos e a mudança comportamental: as razões que explicam essa desconexão são muitas, embora a motivação dos colaboradores para “mudar” seja uma das principais.

Os colaboradores têm de sentir que o projeto de desenvolvimento lhes deixa uma marca, por vezes literalmente!

É o caso daquele momento em que mais de 200 pessoas participam numa inesperada masterclass de karate, onde são convidados a realizar uma kata, onde aprendem o significado do kiai e onde têm a missão de quebrar um obstáculo real com as suas próprias mãos. “Hajime” – ordena em japonês o mestre Jaime Torres – e à sua voz de comando todos tomam a decisão e desferem o golpe final. Kiai!

Esta experiência imersiva deixa algumas marcas nos participantes, umas são mais físicas, mas outras são apenas psicológicas. O poderoso debrief que é realizado no final conduz a uma reflexão profunda sobre o tema da confiança e relaciona essas marcas com a atitude dos participantes face à mudança e às suas barreiras naturais: para conseguirem superá-las terão de estar preparados tecnicamente, terão de estar focados e terão de acreditar que vão conseguir quebrá-las – que marcas vão ficar nesse processo?

Mas será suficiente agir ao nível da motivação dos colaboradores para promover o seu desenvolvimento e, consequentemente, a mudança organizacional? Não. Mas sem ela o processo de desenvolvimento também, simplesmente, não acontecerá. E em algumas áreas isso é impensável, talvez com um exemplo tudo se torne mais claro.

Imagine que gere uma equipa de técnicos de terapia ocupacional numa residência de luxo para seniores e que tem em mãos um projeto de formação em técnicas de reanimação. A formação aconteceu em sala, foi baseada na apresentação de slides e decorreu de forma muito dinâmica, todos os formandos avaliaram a sessão de forma excecional e os seus conhecimentos foram medidos, com resultados muito elevados! Seria expectável que agora, simplesmente, aguardássemos para ver a capacidade destes formandos colocarem em prática o que aprenderam? E se fosse um familiar seu quem precisasse de ser reanimado por um deles?

Se a resposta parece ser evidente para o exemplo aqui apresentado, por que motivo deverá ser diferente para outras temáticas técnicas, ou mais comportamentais? Serão menos importantes?

É por este motivo que o impacto duma experiência imersiva no desenvolvimento dos colaboradores de uma empresa faz todo o sentido, podendo ser aplicadas em contextos de formação profissional ou apenas em eventos corporativos.

Podemos dizer que uma experiência imersiva é uma técnica experiencial que consiste em transformar os projetos de desenvolvimento em verdadeiros enredos, protagonizados pelos colaboradores, sendo convidados a viver uma experiência absorvente e paralela à sua vida quotidiana.

Uma experiência imersiva pode consistir numa situação da vida real, tal como vimos no exemplo inicial. Essa experiência envolve os participantes num contexto inesperado, disruptivo e que gera um conjunto de sensações e emoções, sendo a chave para absorverem avidamente as mensagens pretendidas.

Imagine agora e mais uma vez, que os seus dados pessoais foram geridos à margem da nova lei da UE e que, de repente, se vê no meio dum excitante ARG onde vive inúmeras peripécias em torno do roubo da sua identidade! Um projeto que nos levaria a perceber a importância e a urgência em implementar estes novos procedimentos na nossa organização…imagina?

Em suma, todas as temáticas, de cariz técnico ou comportamental nas organizações, podem ser alvo duma experiência imersiva, uma vez que todas elas visam a adoção de novas ações ou atitudes por parte dos seus colaboradores, sendo esse o aspeto central trabalhado por cada experiência.

O importante é que nos deixem marcas!

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