Experiência imersiva, o que é?

Geral
16/01/2018

Imagine que um dia entra na sua empresa, sai do elevador, dirige-se ao seu posto de trabalho habitual e não encontra a sua mesa, nem a sua cadeira, o seu computador, nada. Apenas uma mensagem referindo que deve dirigir-se a uma sala no andar de baixo, onde se encontra alguém à sua espera que lhe diz que você acabou de entrar numa experiência imersiva!

Não é ficção, esta foi exatamente a forma como se iniciou um curso de formação imersiva em gestão proativa de clientes, numa empresa onde a abordagem clássica não foi suficiente para transformar os conhecimentos adquiridos em comportamentos observáveis e convertíveis em negócios, neste caso em particular.

A partir desse momento iniciava-se uma espécie de “jogo da vida real”, onde cada gestor de clientes teria de colocar em prática algumas ações comerciais concretas e proativas, junto dos seus clientes, para reaver os seus equipamentos. Por exemplo, agendar uma reunião para abordar esse cliente acerca dum novo projeto, dar-lhe-ia direito a ter de volta a sua cadeira. Um jogo onde, apenas em algumas semanas, os gestores de clientes perceberam que o panorama do mercado se alterou e que sua postura tem de ser muito mais dinâmica do que antes, para conseguirem acrescentar valor ao seu negócio. E fizeram-no.

Efetivamente, na grande maioria das situações, quando estamos perante projetos formativos, existe uma grande preocupação com o desenho da formação, com a avaliação da satisfação e por vezes também (e apenas por vezes), com a avaliação da aprendizagem. Depois disso, as empresas, simplesmente, aguardam pela mudança comportamental dos formandos, embora algumas delas nem se apercebam que ficou um espaço vazio por preencher entre a aprendizagem e a mudança de comportamentos: como utilizar o conhecimento adquirido para fazer acontecer a mudança comportamental.

Talvez com um exemplo tudo se torne mais claro. Pense que é responsável por uma equipa de técnicos de terapia ocupacional numa residência de luxo para seniores e que estamos a falar numa formação em técnicas de reanimação. A formação aconteceu em sala, foi baseada na apresentação de slides e decorreu de forma muito dinâmica, todos os formandos avaliaram a sessão de forma excepcional e os seus conhecimentos foram medidos, com resultados muito elevados. Seria expectável que agora, simplesmente, aguardássemos para ver a capacidade destes formandos colocarem em prática o que aprenderam? E se fosse você quem precisasse de ser reanimado por um deles?

Se a resposta parece ser evidente para o exemplo aqui apresentado, por que motivo deverá ser diferente para outras temáticas? A técnica de vendas, a gestão do tempo, a gestão de equipas, entre muitas outras. Mesmo quando falamos em competências comportamentais, como a comunicação ou a liderança, é fundamental ajudar o formando a compreender como pode operacionalizar o que aprendeu para fazer acontecer a mudança.

Este é apenas um dos motivos pelos quais as abordagens imersivas fazem sentido, podendo ser aplicadas em contextos de ensino ou de formação profissional.

Mas para além de constituírem uma excelente ferramenta de apoio à transferência, as abordagens de formação imersiva têm outra importante vantagem que consiste na capacidade de envolver os formandos no projeto formativo. Vejamos mais em detalhe.

A experiência imersiva é uma técnica de formação experiencial que consiste em transformar os projetos de formação em verdadeiros enredos protagonizados pelos formandos, sendo convidados a viver uma experiência absorvente e paralela à sua vida quotidiana.

Uma experiência imersiva pode consistir numa situação da vida real, tal como vimos no exemplo inicial. Essa experiência envolve os formandos num contexto inesperado, disruptivo e que gera um conjunto de sensações e emoções, sendo a chave para compreenderem como utilizar os conhecimentos transmitidos nesse projeto formativo.

A investigação dos benefícios da aprendizagem experiencial, conta já com cerca de 30 anos e neste período, têm surgido novas técnicas de ensino e de formação que vêm sendo incorporadas em diversos países como apoio à transmissão formal de conteúdos.

Esta técnica inovadora surge assim como um complemento às abordagens tradicionais e tem como objetivo alcançar um maior grau de envolvimento por parte dos formandos, que deste modo colocam em prática os conteúdos do projeto de formação, percebendo a sua utilidade e forma de aplicação prática, algo que os influenciará na adoção espontânea de novos comportamentos.

Existe um eixo central em todos os projetos: apoiam-se no enredo de uma “história real”. Essa história é escrita propositadamente para cada situação e é o fio-condutor que dá sentido a todo o projeto formativo, acompanhando os formandos antes, durante e após a formação.

Num estudo comparativo entre abordagens clássicas e imersivas, foi possível registar um maior impacto sobre os participantes ao nível da sua motivação para aprender, da aprendizagem propriamente dita e sobretudo, das crenças de auto-eficácia.

Já pensou como seria se estas abordagens imersivas fossem aplicadas na sua organização? E já imaginou ser participante numa destas experiências da vida real? Quem sabe se não estará para breve!

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