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Geral
01/04/2015

A formação imersiva
Imagine que um dia entra na sua empresa, sai do elevador, dirige-se ao seu posto de trabalho habitual e não encontra a sua mesa, nem a sua cadeira, o seu computador, nada. Apenas uma mensagem referindo que deve dirigir-se a uma sala no andar de baixo, onde se encontra alguém à sua espera que lhe diz que você acabou de entrar numa experiência imersiva!
Não é ficção, esta foi exatamente a forma como se iniciou um curso de formação imersiva em gestão proativa de clientes, numa empresa onde a formação clássica não foi suficiente para transformar os conhecimentos adquiridos em comportamentos observáveis e convertíveis em negócios, neste caso em particular.


A partir desse momento iniciava-se uma espécie de “jogo da vida real”, onde cada gestor de clientes teria de colocar em prática algumas ações comerciais concretas e proativas, junto dos seus clientes, para reaver os seus equipamentos. Por exemplo, agendar uma reunião para abordar esse cliente acerca dum novo projeto, dar-lhe-ia direito a ter de volta a sua cadeira. Um jogo onde, apenas em algumas semanas, os gestores de clientes perceberam que o panorama do mercado se alterou e qua sua postura tem de ser muito mais dinâmica do que antes, para conseguirem acrescentar valor ao seu negócio. E fizeram-no.


Efetivamente, na grande maioria das situações, quando estamos perante projetos formativos, existe uma grande preocupação com o desenho da formação, com a avaliação da satisfação e por vezes também (e apenas por vezes), com a avaliação da aprendizagem. Depois disso, as empresas, simplesmente, aguardam pela mudança comportamental dos formandos, embora algumas delas nem se apercebam que ficou um espaço vazio por preencher entre a aprendizagem e a mudança de comportamentos: como utilizar o conhecimento adquirido para fazer acontecer a mudança comportamental.
Talvez com um exemplo tudo se torne mais claro. Pense que é responsável por uma equipa de técnicos de terapia ocupacional numa residência de luxo para seniores e que estamos a falar numa formação em técnicas de reanimação. A formação aconteceu em sala, foi baseada na apresentação de slides e decorreu de forma muito dinâmica, todos os formandos avaliaram a sessão de forma excecional e os seus conhecimentos foram medidos, com resultados muito elevados. Seria expectável que agora, simplesmente, aguardássemos para ver a capacidade destes formandos colocarem em prática o que aprenderam? E se fosse você quem precisasse de ser reanimado por um deles?


Se a resposta parece ser evidente para o exemplo aqui apresentado, por que motivo deverá ser diferente para outras temáticas? A técnica de vendas, a gestão do tempo, a gestão de equipas, entre muitas outras. Mesmo quando falamos, sobretudo, de competências comportamentais, é fundamental ajudar o formando a compreender como pode operacionalizar o que aprendeu para fazer acontecer a mudança.
Este é apenas um dos motivos pelos quais a aprendizagem imersiva faz sentido, podendo ser aplicada em contextos de ensino ou de formação profissional.
Mas para além de constituir uma excelente ferramenta de apoio à transferência da formação para o local de trabalho, a formação imersiva tem outra importante vantagem que consiste na capacidade de envolver os formandos no projeto formativo. Vejamos mais em detalhe.
A formação imersiva é uma técnica de formação experiencial que consiste em transformar os projetos de formação em verdadeiros enredos protagonizados pelos formandos, sendo convidados a viver uma experiência absorvente e paralela à sua vida quotidiana.
Uma experiência imersiva pode consistir numa situação da vida real, tal como vimos no exemplo inicial. Essa experiência envolve os formandos num contexto inesperado, disruptivo e que gera um conjunto de sensações e emoções, sendo a chave para compreenderem como utilizar os conhecimentos transmitidos nesse projeto formativo.


A investigação dos benefícios da aprendizagem experiencial, conta já com cerca de 30 anos e neste período, têm surgido novas técnicas de ensino e de formação que vêm sendo incorporadas em diversos países como apoio à transmissão formal de conteúdos.
Esta técnica inovadora surge assim, como um complemento à formação tradicional e tem como objetivo alcançar um maior grau de envolvimento por parte dos formandos, que deste modo colocam em prática os conteúdos do projeto de formação, percebendo a sua utilidade e forma de aplicação prática, algo que os influenciará na adoção espontânea de novos comportamentos.


Os projetos de formação imersiva têm uma forte componente de comunicação anterior ao início dos mesmos que visa envolver os formandos no enredo de uma história que servirá de base à experiência que irão viver. Existe também uma fase de transmissão formal de conteúdos, colocados em prática através dessa mesma experiência imersiva. Finalmente, uma fase que pretende fazer a ligação entre a experiência vivida e como aplicar a aprendizagem na realidade que irão encontrar na sua organização.
Existe um eixo central em todos os projetos: apoiam-se no enredo de uma “história real”. Essa história é escrita propositadamente para cada situação e é o fio-condutor que dá sentido a todo o projeto formativo, acompanhando os formandos antes, durante e após a formação, caso os projetos tenham uma fase de acompanhamento pós-formação.


Todas as temáticas formativas, de cariz técnico ou comportamental, podem ser trabalhadas no âmbito da formação imersiva, uma vez que todas elas visam a adoção de novas acções por parte dos formandos, sendo esse o aspeto central trabalhado por cada experiência.

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