5 dicas para diminuir a resistência à aprendizagem

Geral
15/02/2021

Alguns de nós conhecemos pessoas que adoram aprender coisas novas, frequentemente obcecados em iniciar e dominar esses temas, que em breve deixarão para trás, focando a sua atenção noutros que entram no radar. “Shoshin” é a palavra budista que representa uma atitude de abertura, entusiasmo e falta de preconceitos ao estudar uma matéria, mesmo quando se estuda a um nível avançado. “Beginners mind” é a melhor tradução para inglês.

Estas pessoas têm vários fatores distintivos, mas sobretudo nunca se cansam ou demonstram resistência à aprendizagem.

A maioria de nós funciona de forma diferente. Privilegia o domínio do que faz até ao ponto em que se torna “automático”, armazenando esse conhecimento noutra parte do cérebro que a partir desse momento nos permite cumprir tarefas ou trabalho cognitivo de forma fácil e eficiente.

Há vários exemplos disso no nosso dia-a-dia. Quando chegamos a casa e não nos lembramos do caminho que fizemos de carro, quando andamos de bicicleta, quando cumprimos uma rotina matinal ou de trabalho já há muito consolidada.

Esta preferência pela automatização faz com que seja mais difícil dizer sim e receber de braços abertos algumas das novas exigências corporativas: é preciso lifelong learning, temos de ter continuous growth mindset, não te esqueças: shoshin… etc.

Racionalmente sabemos que o contexto atual exige capacidade de adaptação, mas a mudança é cansativa e faz-nos despender imensa energia, pelo que naturalmente acabamos por não acolher bem quando nos pedem para aprender a fazer “diferente”. E quase todos nós, aposto, já passaram por isto… “Um novo software?” “Uma nova forma de fazer?”, “Um novo chefe?”, “Mais uma formação!?”… a lista é longa.

Sabemos também que a forma “habitual” de fazer levou-nos a ser de algum modo especialistas. A mudança levará à perda de um sentimento de competência, que não sabemos se iremos recuperar… e ninguém gosta de se sentir “incompetente”.

Compreender o desconforto dos participantes à chegada aos momentos formativos é importante para os trazer para o mindset certo, mas podemos trabalhar melhor a apresentação e desenho das aprendizagens para que possamos ter menos resistência.

Partilhamos 5 boas práticas que recomendamos, para diminuir esta resistência a aprender algo diferente em contexto profissional:

• Garantir que as equipas conhecem e percebem a necessidade da mudança. O seu buy-in prévio diminui a resistência. Não deixem que o contexto e enquadramento da mudança seja gerado na mente dos participantes

• Conseguir que os experts do tema façam o co-design da experiência. Se os participantes souberem que o desenho teve contributo de quem é “referente”, a vontade para participar aumenta significativamente.

• Fazer o teste e melhoria da experiência antes e depois do rollout. É importante garantir um feedback loop que permita melhorar aprendizagem antes da sua disseminação. Nenhum professor prepara a “aula perfeita” à primeira tentativa e a leciona sempre da forma inicial.

• Identificar um kpi já medido que seja impactado pela aprendizagem. Encontrar uma medida da organização que possa ser influenciada pelo treino garante responsabilização dos participantes e diminuição das barreiras para a aprendizagem – nós vamos melhor neste indicador.

• Apostar na continuidade e ritualização. Ninguém muda comportamentos após 2 horas de enquadramento teórico, uma discussão de grupo e um roleplay. Mesmo com experiências muito impactantes o desafio de transferência para o dia-a-dia é significativo. É necessário forçar a prática, a recordatória, o conforto com a transformação necessária, até que seja novamente “automática”.

Se a avaliação do impacto costuma ser o principal desafio da vertente formativa, façamos com que o desenvolvimento da experiência de aprendizagem seja otimizado, para que os participantes tenham mais predisposição e menos resistência a aprender.

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